A disputa entre Abilio Diniz e o seu sócio francês Casino entrou hoje em mais um capítulo digno de novela das oito. Hoje, o departamento jurídico da companhia enviou carta aos controladores do Grupo Pão Açúcar informando-os que não poderiam comprar ações da empresa na bolsa. Se o fizessem, poderiam ser penalizados por uso de informação privilegiada.
Havia fortes suspeitas de que o Casino vinha fazendo grandes aquisições dos papéis pela manhã, com o susposto de interesse de pressionar Abilio Diniz.
Nunca antes, desde que a empresa abriu o capital em 1995, foram negociadas tantas ações do Pão de Açúcar como hoje, superando o volume de terça-feira, que já havia sido recorde.
As suspeitas de que era o Casino quem estava fazendo aquisições ganharam forças depois que os papéis pararam de subir abruptamente, depois do alerta feito pelo departamento jurídico do Pão de Açúcar. As ações desabaram de R$ 82, a máxima do dia, para R$ 71. Os papéis eram negociados em baixa de 3% agora há pouco, depois de subirem 12%.
As reviravoltas na disputa entre Diniz e Casino deixaram hoje o mercado mais emociante que novela.
Giro financeiro
O volume transacionado ultrapassa R$ 1,3 bilhão, ou 30,92% de todo o mercado à vista. Para se ter uma ideia, a segunda ação mais negociada, Vale PNA, tem giro financeiro de apenas R$ 285 milhões.
Para analistas consultados pelo iG, o mercado acredita que as compras estejam sendo feitas pelo Casino, sócio ameaçado na tentativa de união com o Carrefour. Os principais negócios estão sendo feitos por duas corretoras que trabalham basicamente com estrangeiros, disseram.
De acordo com os investidores, duas estratégias podem estar em jogo: ampliar a fatia no Pão de Açúcar para reforçar seu poder de barganha com Abilio Diniz, mas também puxar a cotação das ações para que, em caso de saída da sociedade, o Casino consiga um preço melhor pelos papéis.
tag: cassino, grupo pão de açúcar, abílio diniz, suspeito de comprar ações,
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